Encontro
realizado na Epagri/Cetrar, em 05 de agosto de 2013, para debater o TSGA (Tecnologias
Sociais para Gestão da Água) na Bacia do Rio Araranguá
No
dia 05 de agosto de 2013, nas dependências do Cetrar/Epagri, Araranguá, ocorreu
reunião para discutir as novas etapas do projeto TSGA-II que terá por objetivo
entre outras demandas, as mudanças climáticas, a recuperação de áreas
degradas/matas ciliares; educação ambiental; redução de consumo de água na
agricultura, cultura de arroz org ânico,
etc. O evento foi coordenado pelo professor Paulo Belli Filho da Ufsc, cuja
instituição federal é a responsável pela elaboração e apresentação dos projetos,
com patrocínio de entidades como a Petrobrás. Além do professor estavam
presentes representantes da Epagri, Defesa Civil, Secretaria Municipal de
Educação, Gered, Fama, Oscip Preserv’ação,
entre outras.
Durante
a apresentação, o professor fez algumas reflexões sobre o projeto TSGA II e o
andamento do projeto TSGH I que foram disponibilizados investimentos de
quatrocentos mil reais na instalação de 33 estações meteorológicas na região,
onde apenas nove estão em funcionamento. No município de Araranguá, apenas duas
permanecem atuantes. Desde o momento em que a região de Araranguá foi
contemplada com as estações as mesmas não recebem os devidos cuidados
necessários para o seu funcionamento, impossibilitando a coleta de dados importantes
como o de 2011 quando a região sofreu uma das maiores estiagens da história.
Quando
a região foi contemplada com as estações, muitos prefeitos da região da Amesc,
como de Timbé do Sul, não se comprometeram com a manutenção das mesmas, por
considerarem dispendiosas e por serem de incumbência exclusiva do Estado e não
do município. Sendo assim, tanto os municípios como o estado se eximiram de
responsabilidade e o resultado foi quatrocentos mil reais jogados no ralo.
Atualmente, a manutenção das estações em funcionamento são feitas por um técnico da Epagri da região de canoinhas, que
também tem problemas devido a distância com a região do extremo sul.
Depois
de muitas discussões sobre motivos pelos quais vem dificultando a efetivação do
projeto TSHA I, várias propostas foram elencadas na tentativa de encontrar uma
saída salutar que restabelecessem as estações instaladas na região sul de santa
Catarina, principal contemplada pelo projeto. Foi proposto que a Epagri
desenvolva curso de treinamento para preparar um técnico que possa monitorar as
estações. Também foi sugerido que a SDR, por ser um órgão do governo do estado
assuma a responsabilidade com as estações. O coordenador da Defesa civil
argumentou que em Criciúma algumas instituições
se responsabilizaram pela manutenção das estações.
Somente
a Fundação Municipal de Criciúma coordena cinco delas. Isso poderia servir de
exemplo para a Araranguá. Outra sugestão importante ressaltada pelo coordenador da
defesa civil é tentar manter contato com a ANA (Agencia Nacional de Água) na
tentativa de articular parcerias para manutenção das estações. O descaso com a
Defesa Civil é tanto que em muitos municípios do sul de santa Catarina a
entidade é coordenada pelo próprio prefeito, que não consegue desenvolver um
trabalho satisfatório pelo excesso de atribuições. Segundo ele, a concepção dos
administradores em relação a entidade é de atuar apenas em situação de
desastres, desconhecendo que o papel da instituição é muito maior do que isso.
Quando
se falou sobre o descaso das autoridades com tais projetos caros e financiados
pelo estado, um dos presentes comentou sobre a importância do envolvimento das
escolas na discussão dessas políticas com os estudantes, estimulando a criação
de pequenas estações experimentais com a utilização de material reciclável onde
todos possam compreender o seu funcionamento. Com essa iniciativa, é possível
de se construir uma cultura participativa e ao mesmo tempo mostrando a
importância desse conhecimento para o monitoramento do clima local.
O
que ficou claro no encontro foi a
profunda falta de articulação e comprometimento das instituições públicas
governamentais e organizações sociais no momento em que foi apresentado o
projeto das estações meteorológicas. Sendo assim, a atitude mais coerente
naquele momento seria recuar provisoriamente com o projeto, promovendo mais
debates com a sociedade, envolvendo diretamente todas as entidades organizadas
em especial a Aciva, SDR, sindicatos, que poderia ser os principais articuladores
do processo.