terça-feira, 6 de agosto de 2013

Encontro realizado na Epagri/Cetrar, em 05 de agosto de 2013, para debater o TSGA (Tecnologias Sociais para Gestão da Água) na Bacia do Rio Araranguá

No dia 05 de agosto de 2013, nas dependências do Cetrar/Epagri, Araranguá, ocorreu reunião para discutir as novas etapas do projeto TSGA-II que terá por objetivo entre outras demandas, as mudanças climáticas, a recuperação de áreas degradas/matas ciliares; educação ambiental; redução de consumo de água na agricultura, cultura de arroz org          ânico, etc. O evento foi coordenado pelo professor Paulo Belli Filho da Ufsc, cuja instituição federal é a responsável pela elaboração e apresentação dos projetos, com patrocínio de entidades como a Petrobrás. Além do professor estavam presentes representantes da Epagri, Defesa Civil, Secretaria Municipal de Educação, Gered, Fama,  Oscip Preserv’ação, entre outras.
Durante a apresentação, o professor fez algumas reflexões sobre o projeto TSGA II e o andamento do projeto TSGH I que foram disponibilizados investimentos de quatrocentos mil reais na instalação de 33 estações meteorológicas na região, onde apenas nove estão em funcionamento. No município de Araranguá, apenas duas permanecem atuantes. Desde o momento em que a região de Araranguá foi contemplada com as estações as mesmas não recebem os devidos cuidados necessários para o seu funcionamento, impossibilitando a coleta de dados importantes como o de 2011 quando a região sofreu uma das maiores estiagens da história.
Quando a região foi contemplada com as estações, muitos prefeitos da região da Amesc, como de Timbé do Sul, não se comprometeram com a manutenção das mesmas, por considerarem dispendiosas e por serem de incumbência exclusiva do Estado e não do município. Sendo assim, tanto os municípios como o estado se eximiram de responsabilidade e o resultado foi quatrocentos mil reais jogados no ralo. Atualmente, a manutenção das estações em funcionamento são feitas por um  técnico da Epagri da região de canoinhas, que também tem problemas devido a distância com a região do extremo sul.
Depois de muitas discussões sobre motivos pelos quais vem dificultando a efetivação do projeto TSHA I, várias propostas foram elencadas na tentativa de encontrar uma saída salutar que restabelecessem as estações instaladas na região sul de santa Catarina, principal contemplada pelo projeto. Foi proposto que a Epagri desenvolva curso de treinamento para preparar um técnico que possa monitorar as estações. Também foi sugerido que a SDR, por ser um órgão do governo do estado assuma a responsabilidade com as estações. O coordenador da Defesa civil argumentou que em Criciúma algumas instituições  se responsabilizaram pela manutenção das estações.
Somente a Fundação Municipal de Criciúma coordena cinco delas. Isso poderia servir de exemplo para a Araranguá. Outra sugestão  importante ressaltada pelo coordenador da defesa civil é tentar manter contato com a ANA (Agencia Nacional de Água) na tentativa de articular parcerias para manutenção das estações. O descaso com a Defesa Civil é tanto que em muitos municípios do sul de santa Catarina a entidade é coordenada pelo próprio prefeito, que não consegue desenvolver um trabalho satisfatório pelo excesso de atribuições. Segundo ele, a concepção dos administradores em relação a entidade é de atuar apenas em situação de desastres, desconhecendo que o papel da instituição é muito maior do que isso.
Quando se falou sobre o descaso das autoridades com tais projetos caros e financiados pelo estado, um dos presentes comentou sobre a importância do envolvimento das escolas na discussão dessas políticas com os estudantes, estimulando a criação de pequenas estações experimentais com a utilização de material reciclável onde todos possam compreender o seu funcionamento. Com essa iniciativa, é possível de se construir uma cultura participativa e ao mesmo tempo mostrando a importância desse conhecimento para o monitoramento do clima local.

O que ficou claro  no encontro foi a profunda falta de articulação e comprometimento das instituições públicas governamentais e organizações sociais no momento em que foi apresentado o projeto das estações meteorológicas. Sendo assim, a atitude mais coerente naquele momento seria recuar provisoriamente com o projeto, promovendo mais debates com a sociedade, envolvendo diretamente todas as entidades organizadas em especial a Aciva, SDR, sindicatos, que poderia ser os principais articuladores do processo.

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